domingo, 19 de janeiro de 2014

Classe média e os rolezinhos

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Recentemente a população de São Paulo está vivenciando um acontecimento nos grandes shops da cidade. São chamados "Rolezinhos",  onde um grupo de pessoas marcam, pelo Facebook, um grande encontro de adolescentes nesses estabelecimentos. Esses jovens tem o intuito de se divertir, ouvindo funk, um estilo musical brasileiro e de origem pobre. Para entender melhor essa bagunça vamos primeiramente entender qual o valor que o shops tem para essa molecada.



Experimente perguntar para um jovem de classe média sobre sua rotina nos finais de semana em São Paulo. Você irá perceber que, entre visitar a avó e ir no parque Ibirapuera, ele irá citar os grandes shops como um possível local para se divertir. Isso porque nesses espaços você tem a oportunidade de marcar encontros, comprar roupas ou eletrônicos, comer, beber, ir ao cinema, em alguns até assistir a uma peça ou jogar fliperama. Isso tudo está disponível para a uma parcela da população que possuir capital. Sem dinheiro todos os acessos para entretenimento são logicamente negados.

Bom, e como fica a outra parcela da população que não tem dinheiro para desfrutar de todos esses benefícios. Logicamente, esses jovens de classe mais baixa, inventam algo para passar seu tempo nos finais de semana. Entre um rolê e outro estariam as festas de funk na rua, onde deve existir no mínimo uma caixa de som potente para tocar a musica. É um divertimento bem barato para quem não tem grana para gastar. Recentemente a prefeitura (incluindo seus vereadores) aprovaram uma lei onde proibi essas festas. E qual a alternativa que a prefeitura deu para para esses jovens? Exatamente! Nenhuma! Ou seja, fizeram o que estão costumados a fazer, punir sem apresentar soluções.

Como resposta ao ato de proibição, alguns cantores de funk resolveram marcar nos estacionamentos dos shops as festas que antes eram feitas nas ruas. Pronto. Isso foi suficiente para a classe média alta, moralmente correta, dizer que isso é um absurdo. Coisa de vagabundo e de bandido. Que todo mundo ali só quer roubar e se aproveitar da bagunça. Mais ou menos os mesmo discursos ouvidos através das grande mídias (Globo e associados) quando começaram os protestos do aumento do ônibus.

O problema da grande maioria da população moralmente correta é que eles acham que punindo se resolve o problema. Eles acham que se você proibir, prender e bater a necessidade de entretenimento da população pobre simplesmente desaparece. Assim. Do nada. Fazendo uma comparação bem ridícula para entender a cabeça dessas pessoas, seria a mesma coisa de resolver a fome no mundo batendo na população e prendendo. Eles acham que assim a fome desaparece. Ridículo não é?!

Enfim, qual seria a solução para esse problema? Simples, vou repetir as palavras de nosso prefeito Haddad. Abrir ou criar espaços para essas festas. Alternativas para o entretenimento das pessoas de baixa renda também é uma possível solução. Mas para fazer algo tão simples, devemos antes vencer o que é mais difícil. Acabar com o preconceito dessas pessoas que odeiam o funk. Mais ou menos o que acontecia com o samba antigamente nas favelas, onde era proibido.

Existem pessoas que odeiam o funk dizendo que ele só prejudica os jovens pela suas musicas terem apelo sexual e ostentação. Infelizmente eles esquecem que a musica é apenas reflexo do que a população vivencia. Mude as condições da educação, saúde e segurança do povo que você irá ver o funk com outros olhos.

E para quem acha que o funk é um estilo de musica condenável em todos os aspectos, estou postando o vídeo abaixo:


 Ainda acham que o funk não presta? Então vamos ouvir rock?


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Um comentário:

  1. Muito Bom esse Funk! Tomara que os funkeiros em geral resolvam aderir a essa linha que propõe denúncias e reflexão.

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