quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Não é um sonho, é como deve ser!

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No nosso país, todas as pessoas que sofrem com os principais problemas estruturais como pobreza, miséria, violência e falta de saúde, educação e conhecimento, são reflexo da nossa burrice, da nossa insistência em pensar que é possível viver bem, com exageros de todo tipo de luxo e gastos sem inteligência, mesmo com tanta gente passando tantas necessidades.






Fome, sede, frio há muito tempo deixaram de ser únicas necessidades a serem tratadas em uma pessoa. Hoje temos a necessidade de auto-estima. Sim!! Auto–estima. Não é frescura. É realidade. Talvez até mais importante nos dias de hoje. 


A humanidade faz coisas cada vez mais extraordinárias e valorizar o ser humano e sua inteligência nunca será uma utopia. Somos seres humanos, biologicamente e psicologicamente somos iguais, sendo diferentes em nossas personalidades e identidades, mas ainda sim temos as mesmas necessidades básicas, e o grau de como ignorarmos isso será o grau do nosso atraso e, por tanto, o do nosso país. Como? Vejamos.

Hoje, no Brasil, o que nos separa é claramente a nossa condição econômica, pois é ela que, desde o início de nossa história construiu a estrutura da nossa sociedade. Portanto todas as atividades econômicas do nosso dia-dia, que nos separam fisicamente, tendem a contribuir com problemas como o da violência, o da dependência química e muitos outros que estão relacionados com essa barreira “invisível”. Como?
Ao nos separarmos fisicamente tendemos a não nos conhecer, e assim, não conhecemos os semelhantes problemas individuais de muitas (senão todas )pessoas. Somos todos mulheres, homens, crianças, jovens e idosos, com as mesmas necessidades, separados apenas pelas condições sociais que, por séculos, influenciaram diretamente nas nossas atividades culturais. Culturalmente temos a tendência de achar que tudo o que o dinheiro pode nos trazer, nos diferencia em relação às outras pessoas, “melhorando” nossas vidas, sendo que na verdade nos afasta cada vez mais, e piora a vida daqueles que não conseguem se igualar, seja comprando algum bem ou realizando alguma atividade. E o nosso orgulho? Na maioria das vezes não tem sentido, aprendemos a seguir o que a maioria faz, sem se perguntar porquê, não deixando nos livrarmos dessa mentalidade, pois o poder está em fazer parte de um seleto grupo dos que “podem tudo”, sendo que, racionalmente, só está contribuindo, indiretamente, para a ruína de muitas pessoas.



Se déssemos nas nossas atitudes a direção de aos poucos misturarmos esses dois extremos da sociedade, nas suas principais atividades do dia – a -dia, como educação, transporte e lazer, poderíamos ver mudanças significativas ao longo prazo. O filho do rico tem a mesma necessidade de aprender como o filho do pobre. Só que isso, com certeza, no primeiro momento levaria a muitos problemas, porque envolve uma libertação de valores sem sentido (orgulho).

Todos temos que desenvolver essa auto-estima. Talvez ela seja a necessidade que mais resulte no alcoolismo, na violência e em todos os principais problemas que sofremos. Pelo mal desenvolvimento dessa parte tão importante para qualquer pessoa, devido a falta de espaços, de qualidade de vida e de orientação que as condições econômicas por décadas nos tiraram, surgem os casos que vemos todos os dias, seja qual for a direção que você olhar.

Daí surge a “solução”. Punir. Quando aplicamos uma punição violenta, mostramos nossa falta de preparo e de visão. Pegando o exemplo das penitenciarias. As mudanças significativas só seriam possíveis com livros, esportes, artes e tudo mais que uma escola tem. Isso não é nenhum exagero. Isso não é nenhuma regalia. Isso é ser desenvolvido. Isso é ser primeiro mundo. Pois, com mais inteligência e menos orgulho, podemos notar que isso também faz parte do combate a violência. Sem a sincronia entre os lugares que ajudam as pessoas a encontrar o seu melhor, e os lugares que ajudam as pessoas a consertar os seus erros, seria como cavar um buraco em círculos, aumentando cada vez mais o problema, não chegando a nenhum lugar, a não ser no fundo do poço.

Se quisermos resolver nossos principais problemas temos que dar a devida atenção o que gente como a gente precisa. Com muito trabalho, dedicação às necessidades e nos livrarmos de nosso orgulho sem sentido, enraizado em nós como se nascêssemos e crescêssemos dentro de uma piscina, que nunca pudéssemos por a cabeça pra fora para respirar. Livre de qualquer ideia política mesquinha e oportunista, talvez um grão de areia no meio desse oceano pode resultar em ações como essa:
http://jornalggn.com.br/noticia/%E2%80%9Ctem-que-quebrar-a-ordem%E2%80%9D-diz-haddad-sobre-a-cracolandia?fb_action_ids=728879317122650&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.Utte4i96mtN.like&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B1444556825761066%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%22.Utte4i96mtN.like%22%5D

Todos precisamos descobrir nossas habilidades e nossas dificuldades, nos desenvolver, fazer parte de um grupo para nos construirmos como pessoas e expressar nossa visão de mundo. Para isso precisamos criar estruturas que deem condições para cada cidadão conhecer suas melhores possibilidades. Evitando a nossa auto-destruição.


Dessa forma quanto mais voltarmos nossas atitudes para ações públicas desde as básicas (transporte, educação, saúde) até as que nos constroem como pessoas únicas( tudo relacionado a diversão, religião ou entretenimento), mais estaremos contribuindo direta e indiretamente para a igualdade social, maior inclusão e um real desenvolvimento humano do país.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Classe média e os rolezinhos

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Recentemente a população de São Paulo está vivenciando um acontecimento nos grandes shops da cidade. São chamados "Rolezinhos",  onde um grupo de pessoas marcam, pelo Facebook, um grande encontro de adolescentes nesses estabelecimentos. Esses jovens tem o intuito de se divertir, ouvindo funk, um estilo musical brasileiro e de origem pobre. Para entender melhor essa bagunça vamos primeiramente entender qual o valor que o shops tem para essa molecada.



Experimente perguntar para um jovem de classe média sobre sua rotina nos finais de semana em São Paulo. Você irá perceber que, entre visitar a avó e ir no parque Ibirapuera, ele irá citar os grandes shops como um possível local para se divertir. Isso porque nesses espaços você tem a oportunidade de marcar encontros, comprar roupas ou eletrônicos, comer, beber, ir ao cinema, em alguns até assistir a uma peça ou jogar fliperama. Isso tudo está disponível para a uma parcela da população que possuir capital. Sem dinheiro todos os acessos para entretenimento são logicamente negados.

Bom, e como fica a outra parcela da população que não tem dinheiro para desfrutar de todos esses benefícios. Logicamente, esses jovens de classe mais baixa, inventam algo para passar seu tempo nos finais de semana. Entre um rolê e outro estariam as festas de funk na rua, onde deve existir no mínimo uma caixa de som potente para tocar a musica. É um divertimento bem barato para quem não tem grana para gastar. Recentemente a prefeitura (incluindo seus vereadores) aprovaram uma lei onde proibi essas festas. E qual a alternativa que a prefeitura deu para para esses jovens? Exatamente! Nenhuma! Ou seja, fizeram o que estão costumados a fazer, punir sem apresentar soluções.

Como resposta ao ato de proibição, alguns cantores de funk resolveram marcar nos estacionamentos dos shops as festas que antes eram feitas nas ruas. Pronto. Isso foi suficiente para a classe média alta, moralmente correta, dizer que isso é um absurdo. Coisa de vagabundo e de bandido. Que todo mundo ali só quer roubar e se aproveitar da bagunça. Mais ou menos os mesmo discursos ouvidos através das grande mídias (Globo e associados) quando começaram os protestos do aumento do ônibus.

O problema da grande maioria da população moralmente correta é que eles acham que punindo se resolve o problema. Eles acham que se você proibir, prender e bater a necessidade de entretenimento da população pobre simplesmente desaparece. Assim. Do nada. Fazendo uma comparação bem ridícula para entender a cabeça dessas pessoas, seria a mesma coisa de resolver a fome no mundo batendo na população e prendendo. Eles acham que assim a fome desaparece. Ridículo não é?!

Enfim, qual seria a solução para esse problema? Simples, vou repetir as palavras de nosso prefeito Haddad. Abrir ou criar espaços para essas festas. Alternativas para o entretenimento das pessoas de baixa renda também é uma possível solução. Mas para fazer algo tão simples, devemos antes vencer o que é mais difícil. Acabar com o preconceito dessas pessoas que odeiam o funk. Mais ou menos o que acontecia com o samba antigamente nas favelas, onde era proibido.

Existem pessoas que odeiam o funk dizendo que ele só prejudica os jovens pela suas musicas terem apelo sexual e ostentação. Infelizmente eles esquecem que a musica é apenas reflexo do que a população vivencia. Mude as condições da educação, saúde e segurança do povo que você irá ver o funk com outros olhos.

E para quem acha que o funk é um estilo de musica condenável em todos os aspectos, estou postando o vídeo abaixo:


 Ainda acham que o funk não presta? Então vamos ouvir rock?


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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Como animais, somos tratados por empresas privadas!

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"Qualidade de vida" é ter um bom emprego, prover de um plano de saúde excelente, desfrutar de um bom salário que pague boas escolas para seus futuros filhos e um bom carro para se locomover pela cidade de São Paulo. Um carro grande, de preferência a diesel, que tenha um belo ar condicionado para aguentar um dia de calor e ficar por horas nos engarrafamentos dessa grande metrópole. Mas espera aí. Será que ficar parado por horas não influenciaria na qualidade de vida do indivíduo?

Uma grande maioria da população de São Paulo acredita e trabalha para comprar um veículo automotor com a esperança de economizar tempo, porque tempo é "qualidade de vida" e efetivamente, dependendo do trajeto, essas pessoas tem sucesso na sua empreeitada de economizar alguns minutos. Infelizmente esse tempo tem um custo. Você duvida? Então veja alguns dos impostos que o espertões de plantão tem que pagar: IPVA, DPVAT, Licenciamento do veículo e isso sem contar a gasolina, manutenção e o seguro.

Da mesma maneira que a pessoa busca conforto e rapidez, ela terá uma grande despesa que impactará no pagamento de boas escolas, viagens de férias, restaurantes para passar com a família e outras alegrias que fazem sua vida ficar melhor. Dessa forma você fique em casa para economizar dinheiro e bancar a sua linda caixa de fazer fumaça.

Então qual a solução para o problema de se locomover numa cidade cheia de pessoas, que a todo momento precisam cruzar uma mar de concreto, no tempo mais curto possível? Simples!!! O transporte público, que de público, só tem o nome mesmo.

Alguém já se perguntou por que o transporte público é tão ruim?! Alguns dos mal entendidos do assunto vão dizer que é normal num lugar onde tem muitas pessoas, mas isso só é mais um argumento dos empresários de gado para fazer o pobre se conformar com sua lamentável situação. O fato delas serem ruins é porque o transporte público é privado. Vão aparecer leitores aqui xingando esse texto e acusando ele de socialista de merda, citando exemplos de países que se deram bem privatizando o setor, mas com o passar do tempo, essas empresas adquirem apenas uma meta: "LUCRAR".

Alguém aqui já viu uma empresa privada prestando um serviço bom porque ela deseja simplesmente o bem da população?! Claro que não. Elas obedecem a lei para não ter prejuízos com as multas por mal atendimento ou por um produto ruim no mercado, o restante é cortar despesas para ter um lucro maior no final do mês. Fato! Existem algumas regras básicas que a empresa de transporte privada tem que seguir para obter mais moedas em seus porquinhos.

A primeira regra é diminuir os ônibus que circulam por uma determinada linha, assim eles conseguem carregar muito mais gente num único chiqueiro. Tratando pessoas que nem gado ou que nem porcos, eles lucram numa viagem o que eles poderiam lucrar em três, se tratassem seus semelhantes como seres humanos. Isso é valido, porque com apenas poucos ônibus circulando caem as despesas de gasolina e pessoas trabalhando na linha, fora a manutenção dos veículos.

A segunda regra é seccionar as linhas. Além das passagens o estado gasta nossos impostos para manter o curral em funcionamento, dinheiro que não se sabe se realmente é necessário já que o estado não tem conhecimento dos verdadeiros gastos do setor. Enfim, o governo paga o proporcional por catracas giradas, ou seja, seccionar as linhas pela metade obriga você, que antigamente usava apenas 1 ônibus para chegar no trabalho, a pegar 2. Olha que coisa maravilhosa!! Você gasta mais tempo ("qualidade de vida") e eles lucram mais ;-)

Terceira regra e penúltima é aumentar os preços das passagens. Simples assim. Como o estado diz não ter conhecimento dos custos, ele aceita qualquer argumento e passam para frente o aumento, colocando, literalmente, no rabo da população. PS: Não fique surpreso se um dia você descobrir que as empresas de transporte são de políticos ou eles doam dinheiro a candidatura de vereadores e deputados.

A quarta regra é fazer a linha, que deveria rodar apenas 15km para chegar ao seu destino, rodar pelo menos umas 3 vezes mais. Assim eles pegam muito mais pessoas nos seus respectivos pontos de abates e fazem os indivíduos, que pegaram o busão no começo da linha, a ficarem horas fazendo um turismo pela cidade entupida de carros.

São quatro regrinhas bem simples, caso você queira ficar rico acabando com a vida de outras pessoas. Mas qual a solução para acabar com o enriquecimento "lícito" dessas empresas? Só existe uma, fazer o transporte ser público de verdade. O dinheiro que são gastos com essas empresas daria para montar uma bem melhor, por um preço mais acessível.

Com um transporte público rápido, confortável e barato teríamos menos carros nas ruas e consequentemente menos trânsito, economizaríamos dinheiro com veículos próprios e dessa forma viveríamos melhor com o tempo que sobraria. São diversos os benefícios, mas é incrível como ainda há pessoas que são contra a melhora do sistema. Receito que essas pessoas imprimam esse texto e leiam toda vez que estiver num engarrafamento. Já para os que pegam ônibus e mesmo assim são contra, carreguem o texto no bolso, assim toda vez que você estiver passando mal no busão e sendo encochado por um tarado safado, você talvez adquira conciência do problema!Toda força ao MPL (Movimento Passe Livre).



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